Atualmente, há muito interesse no microbioma humano, as populações de bactérias que vivem em várias partes do corpo, incluindo intestino, pele e pulmões.
Hoje sabe-se que existem aproximadamente 10 vezes mais células bacterianas que células humanas no corpo. A grande maioria delas está no trato intestinal e serve a muitos propósitos, incluindo digerir alimentos, fabricar certas vitaminas (por exemplo, a K) e regular o sistema imunológico. Muitos estudos estão sendo feitos para verificar como as alterações nas bactérias intestinais podem aumentar o risco de doenças crônicas, como obesidade ou doença inflamatória intestinal.
“Também está se desenvolvendo muito interesse no chamado eixo intestinal-cérebro. Alterações nas bactérias intestinais podem desempenhar um papel em condições neuropsiquiátricas, como ansiedade ou depressão. O famoso termo enfezada (cheia de fezes) nunca fez tanto sentido”, explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular que atende em São Paulo e Campinas.
O intestino tem seu próprio sistema nervoso com mais neurônios que o cérebro e gera muitos dos mesmos neurotransmissores, incluindo acetilcolina e serotonina, que o cérebro também produz. Eles são muito importantes na promoção da motilidade intestinal, afinal, pouco ou muito deles podem resultar em constipação ou diarréia.
Além disso, acredita-se que o cérebro e o intestino possam conversar entre si. Os neurotransmissores são produzidos e carregados pela circulação. Portanto, é possível que a ansiedade e a depressão possam desencadear dor abdominal e outros sintomas gastrointestinais. Da mesma forma, também é possível que condições gastrointestinais, como dor abdominal crônica ou constipação, possam resultar em ansiedade ou depressão.
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Probióticos
As bactérias desempenham um papel nessas condições crônicas, por isso alterá-las no intestino adicionando probióticos (“boas bactérias”) pode ajudar a tratar doenças crônicas.
Os probióticos têm sido amplamente utilizados em países como a China e o Japão há décadas, principalmente na forma de leite fermentado. Além disso, existem vários estudos em animais que sugerem que os probióticos podem ser úteis para condições como diarreia ou colite (inflamação do intestino grosso(cólon)).
O corpo precisa das bactérias para transformar o triptofano em 5-hidoxitriptofano, que é o precursor da serotonina, um neurotransmissor que atua no sono e no humor.
Tratamento da ansiedade e da depressão
Um recente artigo revisou a literatura médica atual disponível sobre o uso de probióticos no tratamento da ansiedade e da depressão. Ainda são necessários mais estudos para confirmar a eficácia real do tratamento, mas os resultados são encorajadores para o uso de probióticos, principalmente por não apresentarem efeitos colaterais.
“Embora seja tentador o uso de probióticos para tratar a ansiedade ou a depressão, neste momento não deve-se suspender a medicação habitual. O probiótico deve atuar como auxiliar e não substituto”, alerta o Dr. Daniel Benitti.
Muitas pesquisas estão sendo feitas para identificar quais cepas de bactérias são as mais eficazes e a melhor dose de bactérias a serem tomadas para tratar essas condições.
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Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
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