No último mês teve uma briga grande entre o Ministério da Agricultura e as entidades de nutrição devido ao “Guia Alimentar para a População Brasileira”. Na nota do Ministério havia uma crítica, principalmente no que se refere ao consumo de alimentos ultraprocessados. Mas, afinal, o que são alimentos processados? O que são alimentos minimamente processados ou ultraprocessados? E como os alimentos processados afetam a saúde?
Alimentos não processados ou minimamente processados são alimentos integrais nos quais as vitaminas e os nutrientes ainda estão intactos. A comida está em seu estado natural (ou quase natural). Eles podem ser minimamente alterados pela remoção de peças não comestíveis, secagem, trituração, torrefação, ebulição, congelamento ou pasteurização, para torná-los adequados para armazenamento e consumo seguro. Alimentos não processados ou minimamente processados incluem cenouras, maçãs, frango cru, melão e nozes cruas e sem sal.
O processamento altera um alimento do seu estado natural. Os alimentos processados são feitos essencialmente pela adição de sal, óleo, açúcar ou outras substâncias. Exemplos incluem peixe enlatado ou legumes enlatados, frutas em calda e pães frescos. A maioria dos alimentos processados tem dois ou três ingredientes.
Alguns alimentos são altamente processados ou ultraprocessados. Eles provavelmente têm muitos ingredientes adicionados, como açúcar, sal, gordura e cores ou conservantes artificiais. Alimentos ultraprocessados são feitos principalmente de substâncias extraídas de alimentos, como gorduras, amidos, açúcares adicionados e gorduras hidrogenadas. Eles também podem conter aditivos como cores e sabores artificiais ou estabilizadores. Exemplos desses alimentos são refeições congeladas, refrigerantes, fast-food, biscoitos embalados, bolos e lanches salgados.
“O Guia Alimentar para a População Brasileira é muito importante. De acordo com alguns estudos, os alimentos ultraprocessados são a principal fonte de calorias consumidas e contribuem com quase 90% da energia que obtemos com açúcar adicionado. Muitas pessoas passam o dia pensando que estão se alimentando de maneira saudável, quando na verdade tudo o que fazem é inundar o corpo com açúcar, carboidratos e alimentos ultraprocessados, o que as deixam em um estado constantemente inflamatório. Saber o que comer é fundamental para o tratamento e prevenção de toda doença crônica, como as cardiovasculares, diabetes, artrite, demência e Lipedema.”, explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular especialista em Lipedema, que atende em São Paulo, Campinas e, no momento, a distância.
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Estudos
Um recente estudo publicado mês passado mostrou uma evidência muito forte sobre os malefícios de alimentos ultraprocessados na saúde física e mental das pessoas. Segundo os dados, um maior consumo de alimentos ultraprocessados foi associado a um aumento de 39% no risco de sobrepeso / obesidade, 39% na circunferência da cintura elevada, 102% nos níveis baixos de colesterol bom (HDL) e 79% na síndrome metabólica!
Em uma outra parte do estudo, no qual foram utilizadas pesquisas de coortes prospectivos com mais de 180 mil participantes acompanhados por um período entre 3,5 a 19 anos, o consumo mais alto de alimentos ultraprocessados estava associado ao aumento do risco de mortalidade por todas as causas, risco aumentado de doenças cardiovasculares, cerebrovascular e depressão.
Esses resultados são chocantes! Quando associamos a outros estudos da literatura, o resultado impacta ainda mais.
Outro recente estudo comparou os efeitos de uma dieta ultraprocessada com os efeitos de uma dieta não processada na ingestão de calorias e ganho de peso. Os pesquisadores descobriram que os sujeitos do estudo consumiam cerca de 500 calorias a mais por dia na dieta ultraprocessada do que na dieta não processada. Além disso, os participantes ganharam em média dois quilos durante a fase da dieta ultraprocessada e perderam dois quilos durante a fase da dieta não processada.
Outro estudo examinou registros dietéticos de mais de 100 mil pessoas durante um período de cinco anos. Eles descobriram que aqueles que consumiam mais alimentos ultraprocessados tinham mais riscos de doenças cardiovasculares, coronárias, cerebrovasculares e câncer, principalmente de mama.
Um outro estudo procurou relação entre consumo de frutas e vegetais com depressão e revelou que o consumo de frutas reduz o risco de depressão em 14-23%. Além disso, o consumo de vegetais também foi associado a um risco 14-25% menor de depressão. A cada 100 g de aumento na ingestão de frutas foi associado a um risco reduzido de 3% de depressão. A cada aumento de 100 g na ingestão de vegetais também foi associado a uma redução de 3-5% no risco de depressão.
Dicas
“Limitar os alimentos ultraprocessados pode ser uma estratégia eficaz para prevenir e tratar qualquer doença crônica, inclusive o Lipedema. A frase ‘você é o que você come’ faz cada vez mais sentido. As pessoas precisam fazer uma reeducação alimentar. Não é necessário ir para nenhum extremo, simplesmente precisamos comer melhor e mais consciente. Por isso, gosto muito da dieta mediterrânea. Não é restritiva e faz as pessoas comerem melhor de forma mais saudável”, indica o Dr. Daniel Benitti.
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Sempre que possível, tente evitar ou limitar alimentos ultraprocessados. Sabemos que no dia-a-dia eles facilitam bastante, mas, ao longo do tempo, são nocivos para a saúde física e mental. Considere comer mais frutas, vegetais e oleaginosas, como castanhas e nozes. Ao comer estes alimentos, você estará fugindo dos ultraprocessados e terá diversos benefícios.
As evidências não param de aumentar em relação aos benefícios de uma dieta saudável para a saúde física e mental. Saber o que comemos é fundamental para uma vida saudável e o Guia Alimentar para a População Brasileira deve ser respeitado e valorizado. Diversos profissionais da nutrição fizeram este guia baseados em evidências. Este guia merece elogios e não críticas.
Considere os exemplos na tabela abaixo para te ajudar a determinar rapidamente se um alimento é minimamente processado, processado ou ultraprocessado.
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Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
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