A esteatose hepática (acúmulo de gordura no interior das células do fígado) não para de aumentar a sua prevalência na população, principalmente devido a um aumento absoluto das pessoas obesas e com síndrome metabólica. Como tudo na medicina, a mudança de estilo de vida tem um impacto enorme no tratamento e na prevenção da doença. De forma não surpreendente, uma dieta saudável (dieta do mediterrâneo) e exercícios ajudam e muito no tratamento impedindo a evolução para casos mais graves.
Os consensos mais recentes confirmam que a redução de perda de peso auxilia muito no tratamento. O recém-lançado American Gastroenterological Association (AGA) Clinical Practice Update nos dá evidências convincentes do que pode ser alcançado com limites específicos de perda de peso corporal total:
- 5% pode diminuir a esteatose hepática;
- 7% potencialmente leva à resolução da esteatohepatite não alcoólica;
- 10% possivelmente permite a regressão ou estabilidade da fibrose.
“Na maioria das vezes, as pessoas querem saber: ‘Qual a melhor dieta?’ ou ‘Qual dieta você recomenda?’. Eu recomendo praticamente para todas as pessoas com ou sem esteatose hepática a dieta do mediterrâneo. A atualização da prática clínica da AGA recomenda o mesmo. É muito importante diminuir a ingestão de ácidos graxos saturados, especificamente carne vermelha e processada, e limitar, ou de preferência eliminar, o consumo de frutose produzida comercialmente (refrigerantes). É uma recomendação comprovada e baseada em evidências”, indica o Dr. Daniel Benitti, médico cirurgião vascular que atende em São Paulo, Campinas e a distância.
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Dados recentes sugerem que modificar a dieta mediterrânea para que seja ainda mais enriquecida com polifenóis verdes específicos pode render ainda mais benefícios para pacientes em risco de esteatose, como acontece nos obesos.
Estudo
Em um recente estudo, os pesquisadores distribuíram aleatoriamente 294 participantes com obesidade abdominal/dislipidemia em três grupos de dieta (todos acompanhados de atividade física): diretrizes dietéticas saudáveis padrão (HDG), Mediterrâneo padrão e dieta mediterrânea verde.
Ambos os grupos da dieta mediterrânea tiveram restrição calórica e comeram 28 g/dia de nozes (+440 mg/dia de polifenóis). No entanto, a dieta mediterrânea verde foi suplementada com 3-4 xícaras/dia de chá verde e 100 g/dia de Mankai (uma cepa de planta aquática Wolffia globosa) na forma de cubos congelados transformados em um shake verde que substituiu o jantar (+ 1240 mg/dia de polifenóis totais fornecidos). A mudança percentual no conteúdo de gordura intra-hepática foi quantificada continuamente por espectroscopia de ressonância magnética de prótons.
Após 18 meses, a prevalência de esteatose diminuiu para 54,8% no grupo HDG, 47,9% no grupo mediterrâneo padrão e 31,5% no grupo mediterrâneo verde. Ambos os grupos mediterrâneos alcançaram perda de peso moderada semelhante e tiveram níveis plasmáticos de polifenol totais significativamente maiores em comparação ao grupo HDG. No entanto, o grupo mediterrâneo verde alcançou perda proporcional de conteúdo de gordura intra-hepática significativamente maior .
Ao isolar os componentes individuais das dietas, os pesquisadores determinaram que o grau de perda de conteúdo de gordura intra-hepática foi significativamente associado ao aumento da ingestão de Mankai e nozes, diminuição do consumo de carne vermelha/processada, folato sérico melhorado e biomarcadores de adipocinas/lipídios e mudanças na composição do microbioma e bactérias específicas.
Os autores sugerem que os mecanismos pelos quais os polifenóis reduzem a esteatose e evitam a lesão hepática podem incluir redução da lipogênese de novo, aumento da oxidação de ácidos graxos e redução do estresse oxidativo.
Em 6 meses, o grupo mediterrâneo verde também alcançou uma redução maior nos níveis de LDL, pressão arterial diastólica e resistência à insulina.
Alimentação
Precisamos abordar mais o impacto da alimentação na qualidade de vida e prevenção de doenças. Foi relatado recentemente que apenas 7% dos estudantes do ensino médio consumiram as quantidades recomendadas de frutas e apenas 2% consumiram vegetais suficientes para atender às recomendações alimentares.
Novas abordagens, incluindo programas escolares e comunitários aprimorados, serão necessárias para resolver esse problema, mas também apresentar aos pacientes alternativas alimentares satisfatórias e que se adequem à sua realidade.
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