A medicina evoluiu e temos a possibilidade de realizar diversos exames de sangue, ultrassom, ressonância, tomografia, angiografia, testes genéticos, etc.. Mas, será que isso é bom ou ruim?
Um recente estudo de Neurologia que examinou dois grupos de pacientes de idade e doenças semelhantes revelou uma grande diferença de diagnóstico. Um grupo de pacientes tinha mais de duas vezes mais chances de realizar exames “potencialmente inadequados” para dores de cabeça do que aqueles que relataram os mesmos sintomas em outra instituição. A diferença entre os dois grupos eram os seus convênios médicos.
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Entre os casos de neuropatia dos mesmos dois grupos de pacientes ambulatoriais, ambos compostos por indivíduos com 65 anos ou mais, o número de exames de imagem para pacientes do primeiro grupo foi quase três vezes maior!
Essa disparidade fala para um debate mais amplo:
- Sob quais circunstâncias uma pesquisa/intervenção – um exame de imagem, uma coleta de sangue, uma biópsia – é necessária?
- Por que existem divisões processuais?
- E, quando esses procedimentos podem causar mais danos do que benefícios?
“À medida que as tecnologias médicas se tornam cada vez mais precisas, devemos tomar muito cuidado com o que solicitamos e o porquê solicitar. O excesso de exames em populações de baixo risco pode detectar anormalidades benignas, retornar falsos positivos, aumentar a ansiedade do paciente e desperdiçar dinheiro. A conta somente aumenta e alguém paga essa conta. Uma consulta médica bem feita já levanta ou exclui as principais hipóteses. Não são necessários diversos exames para comprovar um diagnóstico. Pessoas saudáveis não precisam de 40 pedidos de exames que podem passar da casa de R$100.000,00. Seria muito importante esta informação de custo chegar à população, pois a maioria não sabe quanto custa cada exame”, alerta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular que atende em São Paulo, Campinas e a distância.
A cada 1.000 pessoas com dor de cabeça, cerca de 1 pessoa poderá ter um tumor cerebral. Mesmo assim, quase metade dos pacientes com dores de cabeça acaba fazendo uma ressonância magnética – ação preventiva alimentada por “uma cultura em que gostamos de nos sentir seguros” e o medo de imperícia se um diagnóstico não é feito.
Por outro lado, os exames que revelam descobertas incidentais ou de crescimento lento podem levar a cirurgias evitáveis ou mesmo perigosas. Uma pessoa também pode ser exposta à radiação desnecessária e, se outras medidas não forem tomadas, sofrer um pânico injustificado.
Muitos profissionais reconhecem o Catch-22 – que em 2009 totalizou US $ 750 bilhões em serviços desnecessários, de acordo com um relatório do Institute of Medicine.
Por isso, desde 2012 temos as diretrizes de triagem para Choosing Wisely, uma iniciativa da American Board of Internal Medicine Foundation para ajudar os médicos a decidir quando – e quando não – solicitar exames (recursos semelhantes estão disponíveis para os pacientes).
Nove sociedades médicas forneceram informações sobre a fundação. A Choosing Wisely agora usa recomendações de 75 grupos, incluindo a American Academy of Neurology, o American College of Radiology e The American Academy of Pediatrics.
Com conhecimento, podemos ter uma revisão mais profunda sobre quem pode se beneficiar mais de certos testes – com idade, raça, estilo de vida e história familiar desempenhando um papel maior na decisão, dependendo da doença (ou potencial de uma).
Uma abordagem baseada em dados e evidência pode ajudar os médicos a solicitar exames com mais cuidado e reduzir os resultados negativos e custos. Ao mesmo tempo, pode levar a uma prática mais uniforme entre as instituições.
“O que não pode ser desconsiderado na decisão de solicitar um exame é o elemento humano. Pacientes com dor recorrente, regimes de tratamento malsucedidos ou insucesso de tratamento são bons motivos para solicitar um exame. Mas, se o paciente não apresentar sintomas, é importante seguir as diretrizes baseadas em evidências”, indica o Dr. Daniel Benitti.
As pessoas precisam entender que a maioria não precisa de uma bateria de exames. A consciência de longo prazo e mudança de estilo de vida versus ação imediata e solicitação de exames pode ser difícil compreender. No entanto, nada adianta a pessoa colher exames de colesterol e diabetes de 3 em 3 meses se ela não está se alimentando corretamente, fazendo atividade física e tomando as medicações prescritas. O tratamento sempre deve iniciar com a própria pessoa!
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Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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