Saiba como prevenir e tratar essa doença, que é a principal causa de mortes dentro de hospitais
Até 50% de todos os eventos de trombose e embolia pulmonar ocorrem durante ou logo após a hospitalização. A morbimortalidade é alta: cerca de 10% das mortes hospitalares estão associadas à trombose com embolia pulmonar e quase um terço de todos os pacientes com trombose apresentam recorrência em 10 anos do evento inicial.
“Trombose venosa profunda é um coágulo de sangue que se forma em veias profundas do corpo. A maioria em veias da perna e do quadril. No entanto, os coágulos podem ocorrer em outras partes do corpo. Os trombos formados nas veias da coxa e da bacia são mais perigosos do que os formados nas veias abaixo do joelho”, explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular que atende em São Paulo e em Campinas.
Os trombos podem se descolar da parede da veia e seguir a corrente sanguínea, chegando até os pulmões. Essa situação é chamada de embolia pulmonar, que é uma condição muito grave e pode acarretar a morte do indivíduo.
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Fatores de risco
Existem muitos fatores de risco para trombose venosa profunda:
- Baixo fluxo venoso na veia profunda, causado por uma lesão, trauma, cirurgia ou imobilização.
- Câncer.
- Radioterapia e quimioterapia.
- Doenças autoimune, como LÚPUS, por exemplo.
- Trombofilias.
- Não movimentação das pernas por longos períodos, como em viagens longas de carro e avião, por exemplo.
- Gravidez e o período pós parto.
- Idade maior que 60 anos.
- Estar acima do peso.
- Uso de anticoncepcional ou hormonioterapia.
- Uso de cateteres nas veias profundas.
- Tabagismo.
- Varizes.
Durante este período de pandemia, o risco de trombose é ainda maior!
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Estudo
Um recente estudo da Universidade de Osaka, no Japão, revelou que pessoas que ficam mais de cinco horas seguidas na frente da tv ou computador tem um risco duas vezes maior de ter embolia pulmonar fatal decorrente de uma trombose nas pernas quando comparadas com pessoas que ficam menos de duas horas e meia em frente a tv ou ao computador.
Mas, o estudo não para por aí. Nas pessoas com menos de 60 anos, que ficam mais de 5 horas vendo televisão por dia, o risco de morrer por embolia pulmonar é 6 vezes maior quando comparadas com quem vê menos de duas horas e meia.
Sintomas
Apenas metade dos pacientes com trombose venosa profunda apresentam sintomas, que podem ser:
Trombose venosa profunda
- Edema/inchaço da perna.
- Dor na perna que pode aparecer somente se estiver em pé ou andando.
- Aumento da temperatura na perna.
- Vermelhidão ou palidez da perna em casos mais graves.
Embolia Pulmonar
- Dor no peito acompanhada de falta de ar.
- Respiração superficial.
Alerta!
Infelizmente, algumas pessoas só descobrem ter trombose venosa profunda quando o coágulo já saiu da perna e foi para o pulmão (embolia pulmonar). Por isso, é muito importante procurar um médico, de preferência um cirurgião vascular, imediatamente, assim que apresentar qualquer sintomatologia nas pernas.
Diagnóstico
As recomendações das diretrizes sobre o diagnóstico de trombose enfatizam a importância de categorizar os pacientes com base na probabilidade de apresentar a doença, usando regras de decisão clínica validadas antes do teste.
Recomenda-se que o dímero D de alta sensibilidade exclua a TVP em pacientes com baixa probabilidade de pré-teste (≤ 10%). Para probabilidade pré-teste intermediária ou alta (> 25%), recomenda-se imagens primárias usando ultrassonografia doppler de membros inferiores. Se o exame for negativo para trombose, mas a suspeita clínica ou risco forem grandes, o mesmo exame deve ser repetido em uma semana. As diretrizes baseiam essas recomendações em 45 estudos, incluindo 15.718 pacientes.
A embolia pulmonar pode ser excluída usando um teste de dímero D de alta sensibilidade em pacientes com baixa probabilidade de doença (<5%). O exame de ventilação perfusão (VQ) é preferível a angiotomografia, devido à radiação. Em pacientes com alta probabilidade de embolia pulmonar (> 50%), a angiotomografia é recomendada como o primeiro teste. Para pacientes com uma probabilidade intermediária de embolia pulmonar (cerca de 20%), o dímero D pode ser usado para excluir, seguido pelo V̇Q̇ ou angiotomografia se os resultados do dímero D forem positivos. Em todos os casos em que o V̇Q̇ é considerado, uma radiografia de tórax de base deve ser realizada para identificar diagnósticos alternativos. Essas recomendações de diagnóstico foram baseadas em 75 estudos, incluindo 44.834 pacientes.
No entanto, é possível reduzir os riscos:
- Mantenha-se bem hidratada, sem consumo de bebidas alcoólicas.
- Aproveite e levante-se de hora em hora para movimentar-se, principalmente se você trabalha com computador.
- Aproveite a vida, saia de casa e movimente-se. Dedique meia hora do seu dia para você se exercitar.
- Não fume.
- Fuja de terapias de modulação hormonal com médicos sem especialização.
Como Tratar?
O tratamento da trombose venosa profunda tem como objetivo:
- Impedir o crescimento do coágulo.
- Prevenir a embolia pulmonar.
- Reduzir a chance de um nova trombose.
- Recanalizar o trombo para melhora a circulação a longo prazo.
Tratamento medicamentoso
Hoje, existem diversos medicamentos que são utilizados para tratar/prevenir a trombose venosa profunda.
Os anticoagulantes são os remédios de escolha. Também conhecidos como “afinadores de sangue”, eles não quebram o coágulo, apenas impedem o crescimento e o próprio organismo irá reabsorver o trombo, recanalizando a veia.
Os anticoagulantes podem ser utilizados sob a forma injetável (endovenosa e subcutânea) e via oral.
O tratamento deve ter um seguimento rigoroso e o médico deve ser avisado sobre qualquer possibilidade de gravidez.
Para gestantes e mulheres que estão amamentando com trombose, a diretriz recomenda a anticoagulação com heparina de baixo peso molecular como opção segura sem excreção no leite materno.
Tratamento Endovascular (Trombólise)
Tromboses extensas e graves em pacientes jovens podem ser tratadas com trombólise do trombo. Mas, deve-se tomar cuidado devido ao risco de sangramento.
Este tipo de tratamento consiste em um procedimento endovascular que pode ser realizado até 14 dias após a trombose, mas, quanto mais precoce, melhores são os resultados.
Através de uma punção guiada por ultrassom de uma veia da perna, é passado um fio e cateter que irão ultrapassar o trombo. Por esse cateter são liberadas substâncias que dissolvem o trombo, podendo ser aspirado. Em alguns casos é necessária a colocação de stent para manter a veia aberta.
A principal vantagem deste tipo de tratamento é melhorar os sintomas, como edema e cansaço nas pernas, por exemplo, e a qualidade de vida do paciente que apresenta trombose venosa profunda.
Filtro Veia Cava
Se o paciente apresentar qualquer contraindicação ao uso de anticoagulantes ou embolia pulmonar, mesmo em uso de anticoagulantes, deve-se realizar a passagem de um filtro na veia cava. Ele impede que trombos originados nas pernas migrem para os pulmões, mas não barra a progressão da trombose.
O uso de meias elásticas de compressão é imperativo durante o tratamento.
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Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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