Saiba qual é a forma da saúde!
O IMC (índice de massa corpórea) tem sido a ferramenta padrão para avaliar o status do peso e risco à saúde da população. Ele é um cálculo que leva em conta a altura e o peso, sendo frequentemente usado, pois é uma ferramenta de medição rápida, fácil e barata. No entanto, carece de qualquer avaliação da quantidade de gordura que uma pessoa tem ou como ela é distribuída por todo o corpo, sendo que ambos são indicadores importantes de risco cardiovascular e são a chave da saúde metabólica.
Um recente estudo analisou diferentes medidas da forma corporal, mais especificamente da gordura central ou abdominal, para determinar quais medidas eram mais preditivas de morte prematura.
“O IMC não serve como preditor de fator de risco para doenças cardiovasculares. A distribuição e a quantidade de gordura no corpo são fatores mais importantes. As mulheres com Lipedema, por exemplo, têm mais de 30% de gordura no corpo, mas a sua distribuição é periférica. O último lugar que elas acumulam gordura é na barriga e, por isso, a saúde cardiovascular delas é melhor que uma pessoa com 20% de gordura no corpo, mas que apresenta aumento da gordura visceral. É muito difícil ver uma mulher com Lipedema e síndrome metabólica, pois elas apresentam uma proteção natural, ou seja, a principal queixa delas é a principal proteção que elas têm. Fazer o diagnóstico e o tratamento correto é fundamental para uma vida sem abalos psicológicos”, explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular, médico especialista em Lipedema, que atende em São Paulo, Campinas e a distância.
Gordura abdominal associada a maior risco de morte
Os pesquisadores deste estudo analisaram as seguintes medidas de gordura central:
- circunferência da cintura, quadril e coxa;
- relação cintura-quadril;
- relação cintura-altura;
- relação cintura-coxa;
- índice de adiposidade corporal (que incorpora a circunferência do quadril e a altura);
- e um índice de forma corporal (calculado a partir da circunferência da cintura, IMC e altura).
Eles descobriram que uma circunferência maior do quadril e da coxa (muito comum nas mulheres com Lipedema, às vezes chamada de formato de pera) estava associada a um menor risco de morte por todas as causas. Todas as outras medidas, que indicaram gordura localizada centralmente (às vezes chamada de formato de maçã), foram associadas a um maior risco de morte, ou seja, quanto mais gordura abdominal uma pessoa possui, maior o risco de morrer por qualquer causa.
Por que esse estudo é importante?
Essas descobertas nos dizem que, não apenas a quantidade total de gordura corporal determina o risco à saúde, mas também a localização dessa gordura no corpo de uma pessoa. Pesquisas anteriores mostraram que a obesidade abdominal está mais fortemente associada do que a obesidade geral a fatores de risco cardiovascular, como aumento da pressão arterial, níveis elevados de triglicerídeos no sangue e diabetes tipo 2. Inclusive, estudos têm mostrado que está até mesmo ligado à demência, asma e alguns tipos de câncer.
A gordura localizada ao redor do abdômen, particularmente a gordura visceral ao redor do fígado e órgãos internos, é altamente inflamatória e metabolicamente disruptiva: ela libera moléculas inflamatórias que contribuem para a resistência à insulina, diabetes tipo 2 e, em última instância, doenças cardiovasculares. Em contraste, a gordura localizada nos quadris e coxas é protetora, com efeitos que incluem uma associação com colesterol total e LDL (ruim) mais baixo, HDL (ou bom) alto, triglicerídeos baixo, pouca calcificação arterial, pressão sanguínea baixa, níveis mais baixos de glicose e insulina no sangue e maior sensibilidade à insulina.
Tomados em conjunto, esses resultados demonstram a importância de usar o IMC junto às medições da gordura abdominal, como a bioimpedância, para avaliar totalmente o risco à saúde.
“Assim como já informei diversas vezes, o Lipedema não é ruim: ele protege e nunca deve ser considerado um tumor. O diagnóstico e entendimento da inflamação são fundamentais para o sucesso do tratamento e manutenção da saúde no futuro. A retirada da gordura da perna sem tratamento da inflamação irá apenas mudar o local do corpo que irá inflamar, ou seja, a mulher irá começar a ganhar gordura visceral e irá adquirir o principal fator de risco hoje para doenças cardiovasculares e câncer. A informação correta sobre a doença deve ser divulgada para não nos arrependermos no futuro”, alerta o Dr. Daniel Benitti.
Como diminuir a gordura abdominal?
Um estudo mais antigo que analisou a distribuição de gordura entre gêmeos idênticos e fraternos revelou a má notícia: a forma como o corpo armazena gordura é amplamente determinada pela genética. Contudo, a boa notícia é que a gordura abdominal responde aos mesmos hábitos comportamentais e estratégias recomendadas para a saúde geral e perda de gordura corporal total, que incluem:
- Manter uma dieta saudável, incorporando proteínas magras, frutas, vegetais e grãos inteiros.
- Limitar os carboidratos processados e, especialmente, os açúcares adicionados – aqueles que não ocorrem naturalmente nos alimentos.
- Praticar exercício físico adequado, pelo menos 150 minutos por semana de atividade moderada a vigorosa.
- Ter um sono reparador adequado: para a maioria dos adultos, isso significa sete a oito horas por noite.
- Limitar o estresse, pois ele está correlacionado com a liberação do hormônio cortisol, que está ligado ao ganho de peso abdominal.
A mudança de estilo de vida é fundamental para chegar a um estado de saúde adequado que irá permitir chegar a uma vida longeva e com qualidade.
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Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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